Jovem de 26 anos morre após relatar demora no atendimento no Hospital Regional de Irecê



 Uma jovem de 26 anos morreu no último sábado (27), no Hospital Regional de Irecê, no norte da Bahia, após dar entrada na unidade com fortes dores abdominais. O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais depois que familiares denunciaram demora no atendimento, superlotação e falhas estruturais na unidade de saúde.

De acordo com relato publicado por Túlio Barbosa Oliveira, irmão de Thainá Steffani Barbosa Oliveira, a jovem chegou ao hospital na quinta-feira (25), por volta das 9h, passou por triagem e avaliação médica, mas permaneceu em uma maca no corredor enquanto aguardava a realização de exames.

Atraso em exame e permanência em corredor

A família afirma que Thainá aguardava uma tomografia computadorizada do abdômen. O exame teria sido realizado cerca de duas horas depois da chegada, porém o resultado só foi liberado mais de 24 horas após a realização. Durante esse período, conforme os relatos, ela permaneceu no corredor do hospital sentindo fortes dores, apresentando vômitos, palidez e relatando fome e sede.

Os familiares também disseram reconhecer o empenho de profissionais médicos e de enfermagem, mas destacaram que a situação evidenciou problemas estruturais, superlotação e falta de condições adequadas para o atendimento.

Quadro clínico piorou

Com a piora do estado de saúde, a jovem foi intubada e transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em seguida, diante de um novo agravamento, a equipe médica decidiu encaminhá-la ao centro cirúrgico para um procedimento de emergência.

Durante a cirurgia, Thainá sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. Parentes informaram que ela teria apresentado um quadro de apendicite, que evoluiu para complicações mais graves, levantando questionamentos sobre se uma possível intervenção tardia pode ter contribuído para o desfecho.

Hospital e governo do estado ainda não se manifestaram

O Hospital Regional de Irecê integra a rede estadual de saúde e é administrado pelas Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e a instituição responsável pela gestão da unidade foram procuradas para comentar o caso, mas ainda não se manifestaram. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.

Superlotação e estrutura em debate

Vídeos gravados no interior do hospital e divulgados nas redes sociais mostram pacientes em macas nos corredores, alguns recebendo soro ou sendo monitorados por equipamentos, reforçando as denúncias de superlotação e precariedade no atendimento.

O caso reacende o debate sobre a qualidade da assistência hospitalar na região, o dimensionamento de equipes e a capacidade de resposta em situações de urgência, especialmente em unidades de referência que atendem diversos municípios do interior do estado.

📰 Da Redação / Chapada em Foco

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