Os Correios devem anunciar, nos próximos dias, um amplo plano de reestruturação que inclui a demissão voluntária de pelo menos 10 mil funcionários, além da venda de imóveis considerados ociosos. As medidas fazem parte da tentativa da estatal de reduzir despesas e recuperar a capacidade financeira para obter um crédito de R$ 20 bilhões, que conta com garantia do Tesouro Nacional.
A empresa enfrenta uma das piores crises de sua história recente. Somente nos dois primeiros trimestres de 2025, os Correios acumularam prejuízo de R$ 4,37 bilhões, ampliando uma sequência de resultados negativos registrados desde 2022. A situação se agravou na atual gestão, o que acelerou a adoção de medidas mais drásticas.
Demissões e corte de gastos
O novo Programa de Desligamento Voluntário (PDV) será a principal frente de redução de despesas. A expectativa é que o número de adesões alcance ou até ultrapasse a marca de 10 mil empregados — o que representaria uma reestruturação profunda no quadro de pessoal da estatal.
Além disso, a direção dos Correios pretende vender imóveis ociosos, que hoje geram custos de manutenção sem trazer retorno. O objetivo é enxugar a estrutura física da empresa e direcionar os recursos economizados para áreas consideradas essenciais.
Olhar atento do TCU
As unidades técnicas do Tribunal de Contas da União (TCU) serão responsáveis por acompanhar a execução do plano, especialmente no que diz respeito ao risco fiscal para o governo federal. A operação de crédito de R$ 20 bilhões envolverá bancos públicos, o que exige monitoramento para garantir a sustentabilidade financeira da estatal e o uso responsável dos recursos.
O governo e os bancos querem garantias de que os Correios serão capazes de reverter as perdas e recuperar competitividade no mercado, hoje fortemente disputado por empresas privadas de logística.
📰 Da Redação / Chapada em Foco
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