Celina Leão diz que Papuda ‘não tem condições’ para abrigar Bolsonaro, mas garante que decisão do STF será cumprida

 

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmou nesta quarta-feira (12) que o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, “não tem condições para abrigar” o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão no inquérito que apurou a trama golpista de 2022.

Apesar da declaração, Celina garantiu que o governo do DF cumprirá qualquer decisão judicial que determine a transferência do ex-presidente para o presídio.

“A Papuda não tem condições para abrigar um presidente da República com a saúde tão debilitada, que pode ter várias complicações dentro do nosso sistema prisional. É algo totalmente desnecessário para esse momento, então nós fazemos um apelo aqui”, disse Celina durante entrevista nesta quarta-feira.

O local de cumprimento da pena ainda não foi definido, já que o processo segue na fase de recursos.

Aliados de Bolsonaro

Celina e o governador Ibaneis Rocha (MDB) são aliados políticos e pessoais de Jair e Michelle Bolsonaro. Segundo a vice-governadora, Ibaneis também reconheceu que a decisão caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF.

“O governador Ibaneis se antecipou, já disse que isso não depende da gente, vai depender do ministro Alexandre de Moraes. A decisão será cumprida”, afirmou Celina.

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Visita de Damares à Papuda

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra de Bolsonaro e presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, solicitou uma visita técnica à Papuda para verificar as condições do presídio.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) do DF, o pedido foi feito no último dia 6 e está “em fase de tratativas” para ser agendado. A data da visita ainda não foi divulgada.

No documento encaminhado ao governo, Damares destacou o delicado quadro de saúde de Bolsonaro, que já passou por diversas cirurgias abdominais e precisa de acompanhamento médico contínuo.

A solicitação ocorre dias após o ministro Alexandre de Moraes negar um pedido da Seape que solicitava um laudo médico oficial sobre a viabilidade de o ex-presidente cumprir pena na Papuda. Segundo Moraes, o pedido era prematuro, pois o STF ainda analisa os recursos da defesa.

Diferentemente do pedido da secretaria, o requerimento de Damares não precisa de autorização judicial, já que não envolve contato com nenhum detento, apenas uma inspeção institucional.

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📰 Da Redação / Chapada em Foco