Brasil registra mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada


O Brasil alcançou um dado que tem gerado debates entre especialistas, economistas e representantes do setor produtivo: atualmente, cerca de 48 milhões de brasileiros recebem o Bolsa Família, enquanto aproximadamente 39 milhões possuem emprego formal com carteira assinada (CLT). O cenário evidencia uma inversão preocupante entre dependência de programas sociais e participação no mercado formal de trabalho.

O crescimento no número de beneficiários do Bolsa Família ocorre em um contexto de dificuldades na geração de empregos formais. Embora o programa tenha papel relevante no combate à pobreza e na garantia de renda mínima para famílias em situação de vulnerabilidade, especialistas alertam que a ampliação contínua da assistência social, sem crescimento proporcional do emprego, pode gerar desequilíbrios econômicos de longo prazo.

Para manter os programas e fechar as contas públicas, o governo tem recorrido à criação e ao aumento de impostos, o que impacta diretamente trabalhadores e empresas que permanecem na formalidade. Na prática, o custo da ampliação da assistência recai sobre uma base cada vez menor de contribuintes ativos.

Críticos apontam para a formação de um ciclo preocupante: menos empregos formais resultam em maior dependência do Estado; essa dependência exige mais recursos; e, para obtê-los, aumenta-se a carga tributária sobre quem produz, investe e gera empregos. O risco, segundo analistas, é desestimular ainda mais a formalização e a atividade econômica.

O debate reforça a necessidade de políticas públicas que conciliem proteção social com estímulo ao crescimento econômico, geração de empregos e fortalecimento do setor produtivo. Sem esse equilíbrio, a assistência social tende a se transformar em uma conta permanente, cujo peso acaba sendo suportado por uma parcela cada vez menor da população economicamente ativa.

📰 Da Redação / Chapada em Foco

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